Nos últimos anos, temos observado um crescimento significativo da presença feminina no empreendedorismo digital brasileiro. Diversos estudos e levantamentos têm destacado o papel fundamental das mulheres nesse cenário em constante evolução.
De acordo com dados da plataforma de e-commerce Nuvemshop, 65% das mulheres empreendem sozinhas no online e 66% das pequenas e médias empresas brasileiras online são lideradas por mulheres. A estatística reflete um aumento notável na participação feminina no ambiente digital.
O crescimento da participação das mulheres no empreendedorismo digital no Brasil é um fenômeno notável que reflete uma mudança progressiva na dinâmica do mercado.
A quinta edição da Pesquisa Pulso dos Pequenos Negócios, realizada pelo Sebrae em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou que 78% das empreendedoras realizam vendas por meio de ferramentas digitais, em comparação com 68% dos homens. Essa diferença ressalta a crescente presença e influência das mulheres no ambiente digital de negócios.
Perfil do Empreendedorismo Feminino
A pesquisa da Nuvemshop revelou que cerca de 35% das empreendedoras digitais tem entre 18 e 29 anos. Esse dado indica uma tendência crescente de mulheres jovens ingressando no mundo do empreendedorismo digital.
O levantamento mostrou também que 58% das pequenas e médias empresas do varejo online são administradas por mulheres. Esse número, apesar de expressivo, reflete uma realidade na qual as empreendedoras frequentemente enfrentam desafios únicos. Um dos dados mais notáveis é que, dentre as lojas de mulheres empreendedoras, 65% possuem apenas a fundadora como funcionária.
Além disso, o estudo destacou os setores que mais contam com a presença do empreendedorismo feminino. São eles: arte (72%), materiais para escritório (70%), acessórios de moda (69%), produtos eróticos (67%) e joias (63%). Esses números refletem a diversidade de áreas em que as mulheres estão ativamente envolvidas como empreendedoras digitais.
As mulheres se destacam por sua presença ativa nas redes sociais e pelo uso de ferramentas digitais para impulsionar seus negócios. Os dados revelam que elas utilizam mais o WhatsApp como canal de vendas do que os homens. As mulheres apresentam uma forte presença também em plataformas como Instagram (98,2%), TikTok (30,4%) e Pinterest (24,5%).
O levantamento revelou ainda que:
- as mulheres empreendedoras geram mais diversidade e motivam um cenário de igualdade;
- uma mulher que empreende conquista sua independência e pode se empoderar para interromper possíveis ciclos de violência;
- uma mulher empresária reinveste em si, em sua família e nas pessoas ao seu redor, ampliando seus impactos sociais e
- mulheres empregam mais mulheres.
Impacto da Pandemia e Desafios Futuros
A pandemia de COVID-19 teve um impacto significativo no empreendedorismo feminino, com muitas mulheres buscando alternativas digitais para manter seus negócios durante os períodos de restrições e incertezas.
Apesar das dificuldades enfrentadas, as empreendedoras mostraram resiliência e adaptabilidade, buscando soluções digitais para enfrentar os desafios impostos pela crise.
No entanto, é importante destacar que as mulheres empreendedoras ainda enfrentam obstáculos significativos, incluindo dificuldades de acesso a crédito e desigualdades de gênero no mercado de trabalho. Apenas 25% das mulheres empreendedoras já solicitaram crédito ou empréstimo para seus negócios atuais, de acordo com a pesquisa Empreendedoras e seus Negócios 2023, realizada pela RME.
Além disso, a disparidade salarial e a falta de representatividade em cargos de liderança continuam sendo questões importantes a serem abordadas para promover um ambiente mais inclusivo e igualitário para as empresárias.
O empreendedorismo digital não é apenas uma resposta à pandemia, mas também uma escolha estratégica para muitas mulheres empreendedoras. Antes mesmo da crise, 69% das mulheres já eram adeptas do empreendedorismo digital, utilizando-o principalmente para ampliar suas vendas diretas, relevou o estudo feito pelo SEBRAE em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Agora, com as mudanças no cenário econômico, muitas estão migrando completamente para o ambiente online, fechando suas lojas físicas. Uma vez que a natureza virtual dos negócios oferece vantagens como uma relação mais próxima com os clientes e investimentos iniciais mais baixos, que podem ajudar a superar os desafios de acesso a crédito e outras barreiras enfrentadas pelas empreendedoras.
Perspectivas Futuras e Oportunidades
Embora haja desafios, as perspectivas para o empreendedorismo feminino no ambiente digital são positivas. O crescimento contínuo do comércio eletrônico e o aumento da utilização de ferramentas digitais oferecem oportunidades significativas para as mulheres empreendedoras expandirem seus negócios e alcançarem novos públicos.
À medida que mais mulheres se tornam líderes de negócios, elas não apenas transformam o mercado, mas também contribuem para mudanças sociais mais amplas, empregando e empoderando outras mulheres em suas comunidades.
O empreendedorismo feminino no ambiente digital brasileiro está em ascensão, com as mulheres desempenhando um papel cada vez mais significativo na economia digital do país. Os obstáculos não impedirão o sucesso delas, pois as empresárias demonstram resiliência e determinação em supera-los e aproveitar as oportunidades oferecidas pelo mundo online.
Conforme avançamos para o futuro, é fundamental continuar apoiando e promovendo o empreendedorismo feminino. Isso é possível pode meio da criação de um ambiente mais inclusivo e igualitário para todas que buscam alcançar o sucesso nos negócios digitais.
Em resumo, o crescimento do empreendedorismo feminino no ambiente digital brasileiro reflete uma mudança nas estruturas do mercado. Isso ressalta a necessidade de criar ambientes mais inclusivos e acessíveis para as mulheres empreendedoras, permitindo que alcancem seu pleno potencial como agentes de transformação econômica e social.
