A possibilidade de trabalhar em casa, ou “home office”, ganha cada vez mais destaque no Brasil, com projeções indicando que o número de funcionários nesse esquema pode quase dobrar em relação aos números atuais, ultrapassando os 20 milhões. Este é o cenário apresentado pelo estudo “Resultados sobre trabalho no domicílio” da Fundação Getulio Vargas (FGV).
O estudo tem como base uma série de pesquisas sobre o mercado de trabalho. A primeira é o Módulo Teletrabalho e Trabalho por Meio de Plataformas Digitais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgado em outubro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente a 2022. Esse levantamento foi um mapeamento inédito, com dados oficiais do instituto, a respeito de “home office” no pós-pandemia. Nele, o IBGE apurou quase 10% dos ocupados em alguma forma de teletrabalho em 2022.
De acordo com o levantamento da FGV, cerca de 23 milhões de funcionários no Brasil expressaram o desejo de trabalhar em casa, seja parcial ou integralmente. Esse número representa aproximadamente 35,7% dos 65 milhões de trabalhadores brasileiros que não são empregadores, familiares, auxiliares ou trabalhadores por conta própria no país.
Tendência
Em contraste, os dados oficiais contabilizaram cerca de 9,5 milhões de pessoas trabalhando remotamente no país em 2022. Isso corresponde a 9,8% do total de 96,7 milhões de ocupados no mercado de trabalho naquele ano, excluindo os empregadores, familiares, auxiliares ou conta própria.
O “home office” não apenas veio para ficar, mas também tem potencial para crescimento nos próximos anos, afirma Rodolpho Tobler, economista da FGV, em entrevista para o jornal Valor Econômico e GloboNews.
Além disso, o estudo aponta que tanto os trabalhadores quanto as empresas têm enxergado benefícios nesse modelo de trabalho. Entre os aspectos positivos destacados pelos entrevistados estão a flexibilidade de horários, o aumento do bem-estar e da qualidade de vida, e a economia de tempo com deslocamentos.
Outro ponto relevante é a percepção de aumento de produtividade, tanto por parte dos trabalhadores quanto das empresas. Cerca de 68,6% dos trabalhadores consultados acreditam que houve um aumento de produtividade com o esquema de “home office”. Enquanto 28,5% das empresas entrevistadas afirmaram que o modelo elevou a produtividade de seus colaboradores.
Nichos do Home Office
Diante dessa mudança, mesmo que gradativa no mercado de trabalho, algumas áreas destacam-se como oportunidades promissoras. Como por exemplo o marketing digital e o mercado de afiliados que surgem como alternativas para aqueles que desejam trabalhar em casa de forma independente.
Com o crescimento do comércio eletrônico e da presença online das empresas, profissionais qualificados nesses segmentos têm a possibilidade de oferecer serviços e produtos digitalmente, gerando renda a partir do conforto do lar. Certamente, esse é modelo ideal para os brasileiros que buscam flexibilidade, autonomia e produtividade no ambiente de trabalho.